Bolívia – La Paz, 19 de outubro de 2007.
Ao final da tarde cheguei à capital boliviana, sem grandes dificuldades. Entre Oruro e La Paz, vi pela primeira vez a já então esquecida combinação de estradas planas e asfaltadas! Dias muito tranquilos, portanto.
À primeira vista La Paz é uma cidade linda, com o Illimani cheio de neve a ilustrar a cidade, bem como uma curiosa mescla de ares incaicos em lares industriais. É uma cidade muito desenvolvida (até demais para mim), por isso sofre do mal das grandes metrópoles: Engarrafamentos, mendigos, ruas lotadas de gente que te esbarra sem pedir desculpas, prédios altos, barulho e etc. AAAAAAAAAAHHHHHHH!!!!!! rs. De quebra, ainda roubaram meu celular! Talvez por solidariedade, para me fazer lembrar de meu querido Rio de Janeiro.
Agora sei como se sente um caipira que resolve visitar a cidade grande. É claro que eu deveria estar acostumado com um ambiente tão urbano, afinal sou carioca, mas estive por muito tempo visitando lugares muito mais isolados e pessoas muito mais simples. Buzinas, gritos, música ruim, carros e muitos outros barulhos entravam simultaneamente em minha cabeça, de modo a me fazer entrar num estado de stress, ou faniquito, sei lá.
Resolvi caminhar mais um pouco então para ver se nesta cidade tão civilizada havia de fato algum sinal de civilização. Pedia informações e sentia que interrompia vidas apressadas, mendigos pediam dinheiro com cara de choro sem lágrimas, ambulantes me ofereciam coisas das quais não necessito, pessoas me olhavam com admiração ou espanto e etc... Por aqui chamam os índios de selvagens, mas creio que meu padrão do que é de fato ser civilizado seja bastante diferente do deles, pois eu não trocaria um mineiro de Potosí por mil das pessoas apressadas de La Paz.
Definitivamente, terei de me adaptar ao ritmo de La Paz. Não muito, pois confesso que gosto mais de minha nova maneira de viver os lugares, as pessoas e a vida. Mesmo com tudo isso, imagino que eu vá encontrar por aqui pessoas amáveis ou lugares onde de fato eu me sinta bem, bastando apenas que eu tente olhar a cidade com outros olhos.