Grandes problemas novamente, e ainda não faço e menor idéia de como resolvê-los... Dessa vez a força de vontade não vai ser o suficiente, então preciso me reinventar. Enfim, já virou rotina.
Primeiramente, acaba de contecer o que o meu treinador, minha amiga fisioterapeuta e muitos outros previam: Rompi os ligamentos dos dois joelhos. Um belo dia você está andando, quando de repente escuta um “crack”, se contorce com uma dor jamais antes sentida e não consegue mais caminhar. Pois bem, em um belo outro dia acontece o mesmo com o outro joelho... Consultei um fisioterapeuta aqui em La Paz, que me disse que em teoria precisaria operar tudo isso, mas tal feito me deixaria inativo nas pedaladas por uns 6 meses, dos quais eu não disponho. A boa notícia é que pedalar assim não vai me causar perigos graves, somente uma dor insuportável que vai me acompanhar sazonalmente. Sempre ouvi que todo atleta aprende a se acostumar com a dor, e este vai ser o meu mais novo aprendizado.
Outro grande obstáculo que terei de enfrentar será quanto ao recebimento do meu último salário da empresa onde trabalhei como consultor de marketing. Além da previsão de que a grana de fevereiro chegará somente em 21 de maio, há a possibilidade de que meu querido chefe americano resolva pagar meu salário somente mediante a um processo judicial, o que vai me gerar alguns anos de justiça boliviana para ver a cor da grana. Como meu visto de turista na Bolívia acaba de expirar, preciso passar um dia no Peru e voltar para a Bolívia para ter um novo carimbo de permanência, e óbviamente não tenho grana para isso. Pagarei uma multa por cada dia de atraso, e ainda não faço a menor idéia de como resolver esta questão.
Sempre disse por aqui que sabia que as coisas dariam certo, mesmo sem fazer idéia do meio com que isso ocorreria, mas agora a coisa mudou um pouco de figura. Tenho medo, muito medo, e me sinto extremamente inseguro. Preciso de uma idéia genial para poder pagar a minha conta do albergue onde me hospedo, aprender a suportar diariamente a dor no joelho que agora vai me acompanhar por toda a viagem, e ainda por cima aprender a ter paciência para não agir por impulso e colocar tudo a perder. Todos me dizem que este é o momento de ter calma e esperar, mas este nunca foi o meu estilo. Nunca fui um grande atleta, tampouco nasci com dom para qualquer coisa, mas com força de vontade e dedicação aprendi a superar essa desvantagem inicial. Se perco estas duas coisas, preciso encontrar uma nova habilidade em mim. Não, não encontro nada, mas preciso criar uma nova oportunidade para que a nova solução genial venha à galope.
Primeiramente, acaba de contecer o que o meu treinador, minha amiga fisioterapeuta e muitos outros previam: Rompi os ligamentos dos dois joelhos. Um belo dia você está andando, quando de repente escuta um “crack”, se contorce com uma dor jamais antes sentida e não consegue mais caminhar. Pois bem, em um belo outro dia acontece o mesmo com o outro joelho... Consultei um fisioterapeuta aqui em La Paz, que me disse que em teoria precisaria operar tudo isso, mas tal feito me deixaria inativo nas pedaladas por uns 6 meses, dos quais eu não disponho. A boa notícia é que pedalar assim não vai me causar perigos graves, somente uma dor insuportável que vai me acompanhar sazonalmente. Sempre ouvi que todo atleta aprende a se acostumar com a dor, e este vai ser o meu mais novo aprendizado.
Outro grande obstáculo que terei de enfrentar será quanto ao recebimento do meu último salário da empresa onde trabalhei como consultor de marketing. Além da previsão de que a grana de fevereiro chegará somente em 21 de maio, há a possibilidade de que meu querido chefe americano resolva pagar meu salário somente mediante a um processo judicial, o que vai me gerar alguns anos de justiça boliviana para ver a cor da grana. Como meu visto de turista na Bolívia acaba de expirar, preciso passar um dia no Peru e voltar para a Bolívia para ter um novo carimbo de permanência, e óbviamente não tenho grana para isso. Pagarei uma multa por cada dia de atraso, e ainda não faço a menor idéia de como resolver esta questão.
Sempre disse por aqui que sabia que as coisas dariam certo, mesmo sem fazer idéia do meio com que isso ocorreria, mas agora a coisa mudou um pouco de figura. Tenho medo, muito medo, e me sinto extremamente inseguro. Preciso de uma idéia genial para poder pagar a minha conta do albergue onde me hospedo, aprender a suportar diariamente a dor no joelho que agora vai me acompanhar por toda a viagem, e ainda por cima aprender a ter paciência para não agir por impulso e colocar tudo a perder. Todos me dizem que este é o momento de ter calma e esperar, mas este nunca foi o meu estilo. Nunca fui um grande atleta, tampouco nasci com dom para qualquer coisa, mas com força de vontade e dedicação aprendi a superar essa desvantagem inicial. Se perco estas duas coisas, preciso encontrar uma nova habilidade em mim. Não, não encontro nada, mas preciso criar uma nova oportunidade para que a nova solução genial venha à galope.
Me olho no espelho e não vejo mais o aventureiro de antes, tampouco o brilho nos olhos que me fazia crer que tudo estava ao meu alcance. Já perdi dinheiro, saúde, meu pai e muito mais, mas sem a auto confiança de que passaria por tudo isso fica mais difícil de passar pelos novos obstáculos. Acho que sair de La Paz vai ser o meu maior desafio desde que iniciei a aventura, pois desta vez luto simultaneamente contra a justiça boliviana, meus joelhos e minha mente, isso sem ter a segurança de que estou preparado para tudo isso.
Me recordo que em minha infância morria de medo das trovoadas, até que finalmente me dei conta de que o prazer de tomar banho de chuva era capaz de me fazer superar o medo. Penso que meu prazer em viver a vida intensamente possa me fazer sair de peito aberto durante as novas trovoadas, das quais eu tanto temia. Cada vez mais recebo e-mails que me dizem o quanto sou incapaz de seguir até o final da jornada, mas ainda tenho a vantagem de saber que somente pessoas óbvias se compadecem com previsões óbvias. Posso ser o que for, mas ainda sei que posso contrariar as expectativas comuns.