Enfim as coisas começam a se ajeitar pro meu lado, e com isso finalmente posso anunciar que seguirei viagem por volta do dia 30 de junho. Contrariando a todas as expectativas, mesmo quando até eu quase desacreditei em mim, deu pra superar mais essa.
Ainda sinto dores no joelho, mas já posso caminhar sem bandagens, e tudo indica que voltarei a correr em duas semanas mais. É fato que a dor vai me acompanhar pelo resto da viagem, mas quem disse que seria fácil? Sei que todos no Brasil andam preocupados com isso, a julgar pelas dezenas de e-mailsque recebo dizendo que não sou o super homem e que talvez seja a hora de parar. Definitivamente estou longe de ser um super homem, porém tenho determinação, planejamento e responsabilidade com as coisas que quero muito. Na ausência de super poderes, utilizo o que tenho de melhor em mim para prosseguir, e não preciso de muito mais do que isso.
Quanto ao meu salário que nunca chegava, perdi a paciência e entrei com uma ação no Ministério do Trabalho boliviano, simplesmente para reclamar pelo que era meu por direito. Inicialmente tive medo de colocar tudo a perder ao fazer isso, até por saber que enfrentaria na corte um dos melhores advogados da Bolivia, com o agravante de não ter grana para pagar um. Na ausência de advogados, peguei emprestado um livro de leis trabalhistas bolivianas e comecei a estudá-lo feito um louco. Tenho a impressão de que depois disso eu até passaria no exame da “OAB” boliviana, e que minha irmã advogada e estudiosa não leia esta barbaridade de um pé rapado como eu. Enfim, o fato é que depois de uma cansativa audiência, com direito a golpes baixos inimaginéveis, consegui refutar as objeções, partir para o ataque e ganhar este estranho e novo jogo legal. Os advogados que me perdoem quanto a provavél opinião infundada, mas este tempo de Bolívia tem me ensinado que a lei normalmente serve como ferramenta do mais forte para coagir o mais fraco, sendo o rico obviamente o ocupante do lado mais forte nesse mundo capilalista metido a besta. Saí da audiência vitorioso, de alma lavada e com alguma ligeira fé na justiça perante a tanto advogado vendido nesse mundo.
Ok, recuperei a grana do salário, mas com isso ainda não daria pra pagar as dívidas que fiz nestes 3 meses esperando a boa fé alheia. Para reverter este quadro, na próxima semana começarei a trabalhar meio período como cheff aqui no hotel e meio período como Consultor de Marketing externamente. Juntando essa trabalheira toda com as horas de treino, dormirei não muito mais do que 5 horas diárias, mas em troca terei a segurança de que meu sonho segue em passos firmes. Para completar a festa, esporádicamente estou dando aulas de marketing na Universidade Católica de La Paz – uma espécie de PUC boliviana – substituindo um professor amigo meu. Em 5 semanas dando aula e trabalhando como consultor, terei grana suficiente pra pagar as dívidas, comprar minha câmara que foi roubada e ainda ficar com uma módica quantia para meter o pé na estrada. Mal posso acreditar em como tudo se ajeitou.
É compreensível que todos pensem que tantas desditas não valem a pena, mas permitam-me contradizer isso, com base a tudo o que tenho vivido e aprendido nesse mundão grande que agora é meu novo lar. Saí do conforto de minha casa no Rio de Janeiro justamente para viver a vida, com todos os seus prós e contras, o que é muito melhor do que esperar que as coisas caiam do céu. Realizo um sonho, o que invariavelmente significa sair da zona de conforto e enfrentar a vida de frente, descobrindo que ela e eu não somos exatamente inimigos. Amo as coisas boas que surgem no caminho, mas meu coração fica faiscando quando enfrento um novo desafio, e com isso vou crescendo e aprendendo a ser alguém melhor. Não posso mais negar que me transformei em um aventureiro compulsivo e feliz com as atrocidades em que meto, mas a vida tem sido muito mais bela e simples enquanto tenho feito o que quero, como quero e com quem quero. Viver bem é sempre uma questão de escolhas, e sou feliz com as que tenho feito.
Ainda sinto dores no joelho, mas já posso caminhar sem bandagens, e tudo indica que voltarei a correr em duas semanas mais. É fato que a dor vai me acompanhar pelo resto da viagem, mas quem disse que seria fácil? Sei que todos no Brasil andam preocupados com isso, a julgar pelas dezenas de e-mailsque recebo dizendo que não sou o super homem e que talvez seja a hora de parar. Definitivamente estou longe de ser um super homem, porém tenho determinação, planejamento e responsabilidade com as coisas que quero muito. Na ausência de super poderes, utilizo o que tenho de melhor em mim para prosseguir, e não preciso de muito mais do que isso.
Quanto ao meu salário que nunca chegava, perdi a paciência e entrei com uma ação no Ministério do Trabalho boliviano, simplesmente para reclamar pelo que era meu por direito. Inicialmente tive medo de colocar tudo a perder ao fazer isso, até por saber que enfrentaria na corte um dos melhores advogados da Bolivia, com o agravante de não ter grana para pagar um. Na ausência de advogados, peguei emprestado um livro de leis trabalhistas bolivianas e comecei a estudá-lo feito um louco. Tenho a impressão de que depois disso eu até passaria no exame da “OAB” boliviana, e que minha irmã advogada e estudiosa não leia esta barbaridade de um pé rapado como eu. Enfim, o fato é que depois de uma cansativa audiência, com direito a golpes baixos inimaginéveis, consegui refutar as objeções, partir para o ataque e ganhar este estranho e novo jogo legal. Os advogados que me perdoem quanto a provavél opinião infundada, mas este tempo de Bolívia tem me ensinado que a lei normalmente serve como ferramenta do mais forte para coagir o mais fraco, sendo o rico obviamente o ocupante do lado mais forte nesse mundo capilalista metido a besta. Saí da audiência vitorioso, de alma lavada e com alguma ligeira fé na justiça perante a tanto advogado vendido nesse mundo.
Ok, recuperei a grana do salário, mas com isso ainda não daria pra pagar as dívidas que fiz nestes 3 meses esperando a boa fé alheia. Para reverter este quadro, na próxima semana começarei a trabalhar meio período como cheff aqui no hotel e meio período como Consultor de Marketing externamente. Juntando essa trabalheira toda com as horas de treino, dormirei não muito mais do que 5 horas diárias, mas em troca terei a segurança de que meu sonho segue em passos firmes. Para completar a festa, esporádicamente estou dando aulas de marketing na Universidade Católica de La Paz – uma espécie de PUC boliviana – substituindo um professor amigo meu. Em 5 semanas dando aula e trabalhando como consultor, terei grana suficiente pra pagar as dívidas, comprar minha câmara que foi roubada e ainda ficar com uma módica quantia para meter o pé na estrada. Mal posso acreditar em como tudo se ajeitou.
É compreensível que todos pensem que tantas desditas não valem a pena, mas permitam-me contradizer isso, com base a tudo o que tenho vivido e aprendido nesse mundão grande que agora é meu novo lar. Saí do conforto de minha casa no Rio de Janeiro justamente para viver a vida, com todos os seus prós e contras, o que é muito melhor do que esperar que as coisas caiam do céu. Realizo um sonho, o que invariavelmente significa sair da zona de conforto e enfrentar a vida de frente, descobrindo que ela e eu não somos exatamente inimigos. Amo as coisas boas que surgem no caminho, mas meu coração fica faiscando quando enfrento um novo desafio, e com isso vou crescendo e aprendendo a ser alguém melhor. Não posso mais negar que me transformei em um aventureiro compulsivo e feliz com as atrocidades em que meto, mas a vida tem sido muito mais bela e simples enquanto tenho feito o que quero, como quero e com quem quero. Viver bem é sempre uma questão de escolhas, e sou feliz com as que tenho feito.